Arquivo para dezembro \27\-03:00 2006

uma invenção maluca dos irlandeses

Em julho fui assistir ao jogo do São Paulo contra o Estudiantes pela Libertadores plenamente convencido de que mataríamos a partida logo e não haveria muito sofrimento. O jogo de ida tinha sido lá, antes da Copa, e havíamos perdido por 1×0 com um gol no fim do segundo tempo, quase aos 45. Foi um mês inteiro esperando a volta e a chance da revanche. Nunca na minha vida eu sofri tanto com um jogo. O São Paulo demorou pra marcar, mas acabou devolvendo o resultado da Argentina, o que levou a disputa pra decisão por penaltys. Não desejo isso pra ninguém. Todos os jogadores marcaram, até a hora em que o Danilo foi cobrar. Desespero. O meia cobrou mal e perdeu. Mas aí o Rogério brilhou, defendeu a cobrança de Alayes e viu Camusca chutar pra fora. Estávamos classificados para a semi, na minha primeira e até hoje única decisão por penaltys num estádio. Mas poderia não ter sido assim.

Imagine a cena:

Inglaterra, 1891.

Jogo válido pela Copa da Inglaterra entre Notts County e Stoke City.
O Notts vencia por 1×0, quando numa jogada dentro da área o zagueiro Henry coloca a mão na bola e evita o gol de empate. O juiz aponta. È falta. Isso mesmo, falta. O Penalty não havia sido inventado, ainda. O goleiro do Notts se posta na frente da bola e defende.
Esse jogo foi o ponto chave pra mudança na regra. A idéia, acreditem, foi de um goleiro, o irlandês William McCrum, e a regra foi oficializada em 02 de Junho de 1891, em Glasgow, numa reunião da Internacional Board.
No início houve resistência, sobretudo por parte dos ingleses, com o argumento de que o jogo era disputado apenas por cavalheiros, e portanto não precisava de regras para punir jogadores desleais. Os jornais da época diziam se tratar de “uma invenção maluca dos irlandeses” e classificaram a regra como a “pena de morte para os goleiros”. Em algumas cobranças de penalty era normal os goleiros ficarem encostados na trave, sem fazer nenhum esforço para defender a cobrança. Acontece que os atacantes também protestavam e acabavam chutando a bola por cima do gol.
O penalty talvez seja o maior ponto de discussão que existe no futebol. Foi? Não foi? O goleiro se adiantou? A “paradinha” vale? Se não fosse pelo irlandês maluco, talvez o Baggio não tivesse um dia tão ruim na vida dele como teve naquele verão de 94, e o milésimo gol do Pelé talvez não fosse tão cheio de folclore como é até hoje. E o melhor de tudo é que o mundo inteiro parou para assistir.Afinal, quem não pára pra ver uma cobrança de penalty?

querido papai noel


Neste ano fui um rapaz bacana, não briguei no estádio e tampouco desejei mal para a família de qualquer jogador de outro time. Meus xingamentos foram controlados, nenhum deles provocou espanto ou causou mal estar entre os presentes. Aceitei as derrotas e reconheci o esforço dos jogadores, mesmo quando eles pareciam andar em campo.
Como o senhor pode ver, me comportei de forma exemplar, e nos meus pedidos serei bem simples e comedido. Nada de extravagâncias.
Prá começar, uma goleada na final do Paulista e a queda do Leão, só prá manter a tradição. O senhor sabe como isso é importante. Se não for pedir muito, uma Copa São Paulo poderia servir de aperitivo.
Bom, passado o regional, vem a conquista da América, com o tetra da Libertadores, mas que dessa vez seja contra algum clube argentino, de preferência o Boca. Daí até o Brasileirão é um pulo, e ganhar o campeonato nacional antes de golear o Chelsea na final do Mundial vai dar uma emoção a mais no fim do ano.
Ah, se o senhor quiser me dar a Sulamericana, eu também vou aceitar… e eu sei que você também ficaria bem feliz, afinal sua roupa te denuncia.
Então é isso, Senhor Noel.
Mas se o senhor quiser me surpreender mesmo, poderia convencer o Zidane a voltar a jogar e vim encerrar a carreira aqui no tricolor!!

febre de bola

Ao completar onze anos, Nick Hornby foi levado pela primeira vez, pelo pai, a um jogo de futebol. A paixão pelo time do Arsenal, imediata e avassaladora, logo se transformou em obsessão, e Hornby se transformou naquilo que nós, brasileiros, chamamos de “um torcedor doente”.
Escrito sob a forma de diário, de 1968 até os dias atuais, Febre de bola, seu livro de estréia, é uma empolgante e espirituosa crônica de devoção de Hornby pelo Arsenal Football Club – uma autobiografia penetrante, agridoce e muito engraçada, na qual a vida do autor é medida não em anos mas em campeonatos. Para Hornby os altos e baixos da sorte do time batem em compasso perfeito com os sucessos e fracassos de sua própria vida. O divórcio de seus pais, a chegada de uma madrasta exótica, o fim de um caso amoroso – tudo corresponde a certos eventos no estádio de Highbury.
Febre de bola é um sofisticado estudo sobre a obsessão, a família, a masculinidade, as diferenças de classe, a identidade, a passagem para a vida adulta, a lealdade, a depressão e a alegria. Revelando-se um verdadeiro craque, Nick Hornby desenrola sua prosa terna, que faz rir e emociona e explica, tanto para o amante de futebol quanto para o leigo, o que realmente significa ser um torcedor.
Esse texto aí em cima não fui eu que escrevi, é a “orelha” do livro, mas como eu não conseguiria escrever coisa melhor, e que definisse o livro de uma forma mais clara, resolvi transcrever aqui no blog. Na verdade ainda não acabei de ler, mas o que li gostei. Já o filme baseado nele…. não vi e não gostei. Parece que o roteiro foi adaptado pelo próprio Nick Hornby, mas como é um filme americano, em vez de futebol, o herói é apaixonado por beisebol. Os papéis principais são de Jimmy Fallon e Drew Barrymore, e o longa, aqui no Brasil, chama-se Amor em jogo. O filme foi dirigido e produzido pelos irmãos Farrelly, os mesmos de Quem vai ficar com Mary?. Teve gente que viu e gostou, como a crítica Angélica Brito, e se voce quiser saber a opinião dela, é só clicar: http://br.cinema.yahoo.com/filme/12247/critica/9078/amoremjogo. Mas se você é mesmo apaixonado por futebol, encha-se de preconceitos, assim como eu, e leia o livro…

melhores de 2006

O italiano Canavarro e a brasileira Marta foram considerados os melhores jogadores da temporada.
Não vi nenhum jogo da Marta, então não posso opinar, e sobre o Canavarro já dei minha opinião.
É uma pena o Zidane não ter ganho este prêmio.
Ele foi o melhor que eu vi jogar.

seleção tem novo camisa 10

Rogério Ceni, em jogo beneficente em Sinop.

o inter conquista o mundo

O Internacional conseguiu o que parecia impossível e bateu o brilhante time do Barcelona, conquistando pela primeira vez o Mundial Interclubes. Repete o feito de outras 4 equipes brasileiras, Santos, Flamengo, Grêmio e São Paulo, que conquistou o tricampeonato na edição do ano passado, e que ganhou o seu primeiro título em cima desse mesmo Barcelona.
O jogo foi truncado, com o Barça tentando explorar a sua melhor técnica e o Inter se defendendo e saindo para o contra ataque. O time catalão levava um pouco mais de perigo, mas não conseguiu repetir a boa atuação do primeiro jogo, e errava muitos passes. Os contra ataques do clube brasileiro não surtiam efeito, e a primeiro tempo acabou com pouquissímas chances reais de gol, mas com o Barça chegando mais perto.
No segundo tempo o Inter melhorou, criou algum perigo, mas as principais jogadas ainda eram do Barcelona. Mas ao 36 Iarley fez boa jogada e tocou para Adriano, que fez o gol do título. Na minha opinião, no começo da jogada, Iarley fez falta em Puyol, mas o juiz não marcou. O Barça partiu prá cima, e na melhor oportunidade que teve, Ronaldinho Gaúcho cobrou falta rente à trave. O jogo foi até os 47, quando finalmente o torcedor gaúcho pôde comemorar.
A decepção do campeonato foi o jovem atacante colorado Alexandre Pato, que pouco fez a parece ter sentido a pressão. Vem aí um novo Dodô.
Na decisão pelo terceiro lugar, o Al-Ahly derrotou o América do México por 2×1, conseguindo se redimir da fraca campanha do ano passado, quando ficou com a última colocação.

Parabéns ao Internacional, campeão mundial interclubes 206.

alguém, por favor, mate o galvão

Galvão nasceu na época e no país errado. Para o bem da história e da humanidade, deveria ser contemporâneo de Adolf Hittler e sua Alemanha nazista. Sim, porque nem Hittler aguentaria a xenofobia do locutor e acabaria desistindo da idéia do ariano superior.
O locutor rejeita qualquer jogador que seja estrangeiro e que não jogue em clubes nacionais, e passou o jogo inteiro pedindo respeito ao clube brasileiro, respeito esse que o Barça demonstrou a competição inteira, mas que os olhos cegos desse incompetente e, como meu irmão já havia dito, máu caráter, não foi capaz de enxergar. Galvão Bueno é má pessoa,e faltou a ele o respeito que tanto pediu. Sempre fez lobby para Ronaldo, enaltecendo jogadas normais e enxergando ali um jogador que nunca existiu, nem mesmo nos seus melhores momentos, como a Copa de 2002, a agora vive a perseguir Ronaldinho Gaúcho, que é muito melhor.
Mas em uma coisa o Galvão tem razão, o Deco não foi mesmo o melhor do torneio, prêmio que deveria ter sido dado ao melhor jogador do mundo nas últimas duas temporadas, e que provavelmente será coroado amanhã novamente. Deco, na minha opinião, foi o segundo melhor, seguido pelo francês Giully. É engraçado, quando o Deco joga bem e o seu time ganha, ele é o brasileiro naturalizado, já quando perde ele vira português. Coisa típica de quem emite opiniões com a intenção clara de distorcer e influenciar.

ressaca

Gosto desse período de ressaca que assola o futebol. Fora pra torcida do Inter, que sonha com a conquista do mundo, quem mais está ligando? Eu, é claro.
Acompanhar especulações de compras, viver a novela da saída ou não de determinado jogador e possíveis trocas de técnicos dão uma boa medida do que se pode esperar do seu clube pro ano que virá.
Será que o Nilmar vem? E o Dagoberto? O Caio Jr vai dar jeito no Palmeiras? E o Romário, volta pro Vasco pra tentar o milésimo gol? Tá vendo, por aí já dá pra se ter uma idéia. Enquanto alguns clubes perdem o sono por causa do Nilmar, e outros tentam trazer jovens jogadores e até mesmo técnicos promissores, numa tentativa de reforçar o elenco ou de tentar colocar ordem na casa, outros se preocupam apenas em agradar a uma parte da torcida, especulando sobre a volta de um antigo ídolo, que tudo o que quer na vida é alcançar o tal do milésimo gol e depois ir tomar a sua cervejinha.
A sensação que eu tenho nessas horas em que os jogadores param e aparecem os “empresários”, é a mesma de quando fico sabendo que alguma banda que eu gosto muito está pra lançar cd novo. Esses dias vi num site que o Radiohead está gravando, e que até já testou algumas músicas novas em shows. E lá vou eu no youtube, encontrar o show e tentar decifrar alguma coisa da música no meio de um milhão de gritos e aplausos. Não dá pra saber como a música é ou será, mas dá pra ter uma idéia. Uma contratação de um jogador desconhecido é isso, você pode pesquisar e até achar alguma coisa sobre ele, como um gol num clássico da segunda divisão do campeonato eslovaco, ou um precioso escanteio cobrado na cabeça do atacante, que faz o gol e comemora a vitória que livrou seu time do rebaixamento. São idéias, vultos do que ele realmente pode ou não fazer, de quem ele é e como joga. Mas isso nunca te dirá se ele vai funcionar no seu time ou não.
Não sei definir esse sentimento que me toma nessas épocas, mas não é só curiosidade, é muito mais que isso. É uma espécie de expectativa que vai te matando aos poucos. Os dias passam e você vai querendo saber mais, vem uma angustia, às vezes até uma espécie de tontura, que é até gostoso, prende a sua atenção, mas que eu duvido que seja saudável.
Uma contratação e algum indício do que pensam os idiotas que dirigem o seu time.Toda a sorte do ano passa a depender disso. É a felicidade e a chance do bom convívio social, sem maus humores e caras fechadas no domingo à noite, tudo isso nas mãos de quem compra e vende os seus jogadores. Não adianta fazer promessas nem pular as sete ondinhas. Simplesmente não depende de você.
Mas a gente não desiste, vai atrás, e só quando conseguir ouvir a música inteira esse sentimento se dissipa.

5º lugar

Acabou agora a partida que definiu os últimos lugares no Mundial. O Jeonbuk venceu por 3×0 e ficou com o 5º lugar, enquanto o Auckland amargou a lanterna. Não assisti ao jogo, apenas acompanhei pela internet, e me parece que o time coreano foi mesmo bem superior. O que serve como mais um indício de que a chave do Barça era realmente mais forte do que a do Inter.
Vale lembrar que a disputa pelo 3º lugar acontece no domingo, 5:20 h da manhã, como preliminar da finalíssima, no mesmo dia só que 8:20 h.

Dê seu palpite:

Al-Ahly x América ( 3º lugar)

Internacional x Barcelona ( Final )

prá botar medo

Bastante, aliás..
Será que alguém já trocou a fralda do Pato? Porque depois do jogo de hoje…
Consegui assistir a partida graças a minha mãe, que aceitou me receber em sua casa antes das 8:30 duma quarta feira. Mãe é mãe.
Bom, prá variar me atrasei, e quando cheguei lá já estava 1×0. Um golaço.
Daí prá frente foi assim, o Barcelona atacando, sem muito esforço, mas sempre com perigo, e o América, bem, o América fez o que pôde. Quase nada.
Deco e Ronaldinho comandavam o time catalão, mas o jogo não era só deles. Todo mundo jogou bem, inclusive o Valdez, que nas raras vezes em que foi exigido fez boas defesas.
Com o gol do Rafa Marques, a equipe mexicana jogou a toalha.
Não me atrevo a falar que o Barça já é campeão, mas vai ser muito difícil pro Inter conseguir ganhar esse título.
O Barcelona fez o seu papel, entrou na competição do jeito que todo mundo esperava. Deu show. Pode-se dizer que o adversário não era dos mais difíceis, mas quando divulgaram a tabela, muita gente comemorou, afinal, quem teria que enfrentar os mexicanos eram os espanhóis. Ao Inter bastava vencer o fraco adversário que sairia das quartas e esperar a final.
Ouvi muita gente falando que ano passado a história foi parecida, que o São Paulo teve que suar prá passar pela semi e o Liverpool deu show, vencendo o Saprissa por 3×0, e que na final o clube paulista se encontrou e acabou ganhando o campeonato.
Tudo bem, jogo é jogo e ninguém ganha de véspera, mas não dá prá comparar as duas situações. Primeiro porque aquele São Paulo era mais time que este Internacional, com jogadores mais rodados e que não sentiram tanto a pressão. E também porque o Liverpool não tinha o Ronaldinho.
Não acredito em jogo fácil não, acho que vai ser uma boa partida, e pode até ser que o Inter vença e se torne campeão mundial pela primeira vez. Mas que o Barcelona é muito mais time, disso ninguém pode discordar.

crônicas de sofrimento e obsessão por um clube de futebol...

Comentários

RUTH em 1,2,3,4…. tell me that y…
Renato em 1977
Marquinho em 1977
rafei em gibson robot guitar
Walter Maciel de Sou… em 1977

Blog Stats

  • 7.451 hits